Agbogbloshie, Gana

"Planned obsolescence, the desire on the
part of the consumer to own something
a little newer, a little better, a little sooner
than is necessary."


Brooks Stevens


Apesar de o filme Wall-E ser uma ficção científica com público alvo infantil, não é mais absurdo pensar em um planeta Terra vazio, morto e enterrado em lixo. Se olharmos fotos dos dois maiores lixões de lixo eletrônico do mundo, Agbogbloshie, em Gana, e Guiyu, na província chinesa de Guangdong, nos deparamos com cenas parecidas com as de filmes pós-apocalípticos.

Segundo Giles Slade, autor do livro Made to Break, até os anos 50 era comum sociólogos e outros acadêmicos, e até a população em geral, questionarem e discutirem abertamente a cultura do descartável, do consumo repetitivo e das necessidades artificiais.

Hoje estas práticas já estão tão enraizadas nos hábitos da sociedade que raramente se discute o assunto, e é assumido que o mundo não pode funcionar de outro jeito. Mas a humanidade viveu durante praticamente todo sua existência sem consumismo desenfreado, e uma economia aparentemente dependente disso, produtos da moda e obsolescência, tendo este modo de vida se tornado a norma há apenas mais ou menos 100 anos.

No começo do século passado a prática da obsolecência programada já poderia ser considerada moralmente questionável, mas hoje, com todos os problemas claramente causados pela ação humana (uso de combustíveis fósseis, mineração, desmatamento, pesca predatória, a enorme produção de lixo, entre tantos outros), é inaceitável que esta prática continue sendo a norma.