Segundo Giles Slade, autor do livro Made to Break (2006), é possível distinguir a existência de estágios que levaram a obsolescência programada a forma que ela tem hoje.
A primeira fase da obsolescência é a obsolescência tecnológica, que acontece devido a inovações tecnológicas. O que iniciou esta fase foi a introdução do arranque eléctrico nos automóveis em 1913, o que tornou todos os outros carros imediatamente obsoletos.
A segunda fase começou uma década depois, em 1923, quando a General Motors começou a usar estratégias de marketing da industria da moda para vender seus carros. Ao invés de esperar por inovações tecnológicas para lançar um novo produto que iria pressionar seus consumidores a trocar de carro, a General Motors começou a se concentrar em cores, tecidos, e design para tornar seus carros mais desejáveis para possíveis compradores.
A terceira fase na história da obsolescência foi iniciada durante a Grande Depressão. Depois de uma década de abundância e consumo nunca vistos durante os anos 1920, a demanda caiu radicalmente com o começo da Grande Depressão. Os fabricantes começaram a usar materiais inferiores para cortar custos e deliberadamente diminuir o tempo de vida dos produtos, forçando assim os consumidores a comprar o produto novamente. Eles também começaram a desenvolver formas de manipular a taxa da falha de materiais manufaturados. Nos anos 30 departamentos de pesquisa e desenvolvimento começaram a conseguir determinar quando componetes específicos de um produto iriam começar a apresentar falhas.
Soluções para o problema de como criar consumo repetitivo começaram a eventualmente incluir diversas estratégias, incluindo “branding”, design das embalagens, a criação de mais produtos descartáveis, a criação de necessidades artificiais e a contínua mudança no design de produtos não descartáveis com o intuito de torná-los psicologicamente obsoletos.